domingo, 5 de agosto de 2012

Popularização do Cristianismo e o Concílio de Nicéia

Muitos já devem ter se perguntado sobre a reviravolta cristã ocorrida no governo do imperador Constantino I, que ficara marcado na história como aquele que popularizaria a doutrina cristã, consolidando suas resoluções por meio do Concílio de Nicéia. O período abordado, que compreende de 311 a 325, fora marcado por profundas transformações político-religiosas que viriam a mudar a história do Império Romano, impulsionadas pela então recém “adotada” fé cristã do imperador, bem como pela liberdade de religião que viera a ser expressa nos editos de Galério, Licínio e Milão.
Agindo através de sua concepção de soberania, Constantino utilizou o concílio de Nicéia (325 d. C.) como forma de política pacificadora frente à heresia ariana, visto que a iminente possibilidade de um cisma entre arianos e antiarianos poderia desestruturar os alicerces de sua nova política religiosa com base nos princípios cristãos.
Sincretizando elementos da cultura pagã, como o culto ao Sol invictus através da transferência do dia do descanso do sabbath judeu para o domingo cristão (do inglês Sunday, “dia do sol”), além das claras referências às auréolas dos santos e dos anjos, o imperador sabiamente soube valer-se destes elementos para alavancar a popularidade do Cristianismo, enaltecendo a figura de Cristo ao que, por meio de editos promulgados, concedia a liberdade de culto à esmagadora maioria pagã – o que lhe concedia a dupla vantagem de popularizar a nova religião sem, com isso, romper de modo definitivo com a tradição pagã.
Construído à semelhança do símbolo da igreja de Cesaréia, e complementado através da concepção do homoousios (ou seja, a consubstancialidade entre os elementos da Santíssima Trindade), o Símbolo Niceno, embora outorgado como verdadeiro, a princípio não fora aceito como tal – o que é de suma importância no entendimento que, posteriormente, depreende-se dos futuros renascimentos do arianismo (que somente seria apaziguado através do advento do segundo concílio ecumênico, desta vez em Constantinopla, onde o símbolo fora reafirmado e definitivamente aceito como o símbolo niceno-constantinopolitano, o credo mais conhecido e importante de toda a história do Cristianismo).
Logo, o advento deste concílio fora fundamental para abrandar a primeira (e talvez mais forte) onda ariana, pois através dele Constantino Magno articulara seu poder imperial para evitar maiores conflitos entre as vertentes teológicas dentro da Igreja, pondo assim termo às dissensões cismáticas e possibilitando, desta forma, a continuidade do programa político de ascensão imperial através da nova religião.

Cânones de Nicéia:


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