Muitos já devem ter se perguntado sobre a
reviravolta cristã ocorrida no governo do imperador Constantino I, que ficara
marcado na história como aquele que popularizaria a doutrina cristã,
consolidando suas resoluções por meio do Concílio de Nicéia. O período
abordado, que compreende de 311 a 325, fora marcado por profundas
transformações político-religiosas que viriam a mudar a história do Império
Romano, impulsionadas pela então recém “adotada” fé cristã do imperador, bem
como pela liberdade de religião que viera a ser expressa nos editos de Galério,
Licínio e Milão.
Agindo através de
sua concepção de soberania, Constantino utilizou o concílio de Nicéia (325 d.
C.) como forma de política pacificadora frente à heresia ariana, visto que a
iminente possibilidade de um cisma entre arianos e antiarianos poderia
desestruturar os alicerces de sua nova política religiosa com base nos princípios
cristãos.
Sincretizando elementos da cultura pagã,
como o culto ao Sol invictus através da transferência do dia do
descanso do sabbath judeu para o domingo cristão (do
inglês Sunday, “dia do sol”), além das claras
referências às auréolas dos santos e dos anjos, o imperador sabiamente soube
valer-se destes elementos para alavancar a popularidade do Cristianismo,
enaltecendo a figura de Cristo ao que, por meio de editos promulgados, concedia
a liberdade de culto à esmagadora maioria pagã – o que lhe concedia a dupla
vantagem de popularizar a nova religião sem, com isso, romper de modo definitivo com a tradição pagã.
Construído à semelhança do símbolo da
igreja de Cesaréia, e complementado através da concepção do homoousios (ou seja, a consubstancialidade
entre os elementos da Santíssima Trindade), o Símbolo Niceno, embora outorgado
como verdadeiro, a princípio não fora aceito como tal – o que é de suma importância
no entendimento que, posteriormente, depreende-se dos futuros renascimentos do
arianismo (que somente seria apaziguado através do advento do segundo concílio
ecumênico, desta vez em Constantinopla, onde o símbolo fora reafirmado e
definitivamente aceito como o símbolo niceno-constantinopolitano, o credo mais
conhecido e importante de toda a história do Cristianismo).
Logo, o advento deste concílio fora
fundamental para abrandar a primeira (e talvez mais forte) onda ariana, pois
através dele Constantino Magno articulara seu poder imperial para evitar maiores
conflitos entre as vertentes teológicas dentro da Igreja, pondo assim termo às
dissensões cismáticas e possibilitando, desta forma, a continuidade do programa
político de ascensão imperial através da nova religião.
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