quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Lobo do Homem



Eis uma das particularidades exclusivamente humanas: as guerras.
A guerra surge da necessidade de afirmar o domínio sobre algo. Mas sobre o quê especificamente?
Já houve um tempo em que as guerras eram motivadas pelo desejo de dominar rotas comerciais; pela ânsia de reinar incólume sobre vastos territórios.
Já houve o tempo em que homens guerreavam entre si para defender valores, credos e costumes.
Houve também tempos em que homens lançavam-se às espadas para defender a honra de um único homem; em que homens defendiam suas casas nobiliárquicas com seu próprio sangue.
Mas de tempos em tempos a História mostra que os motivos que levam os homens à guerra podem mudar.
E é então que homens lançam-se em guerra contra seus soberanos; em que homens lançam-se em guerra em nome da liberdade; em que homens, travestidos de soldados, provam que o sangue azul da nobreza é tão vermelho quanto qualquer outro.
Outros homens então fazem guerra por causa da cor da pele de uma dada etnia; outros preferem escolher motivos ainda mais escusos, como uma pretensa “pureza” para declarar guerra às raças ditas “inferiores”.
A História humana foi escrita em guerras.
A História humana é a história de suas guerras.
Sob esse ponto de vista a leitura de “História das Guerras”, de Demetrio Magnoli, torna-se de suma importância: o autor contempla desde as Guerras do Peloponeso aos atuais conflitos no Oriente Médio, mostrando que quando os interesses humanos convergem sob um mesmo objeto, nações inteiras podem ser mobilizadas em nome de um único ideal.

D. Magnoli – História das Guerras