quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

O Lobo do Homem



Eis uma das particularidades exclusivamente humanas: as guerras.
A guerra surge da necessidade de afirmar o domínio sobre algo. Mas sobre o quê especificamente?
Já houve um tempo em que as guerras eram motivadas pelo desejo de dominar rotas comerciais; pela ânsia de reinar incólume sobre vastos territórios.
Já houve o tempo em que homens guerreavam entre si para defender valores, credos e costumes.
Houve também tempos em que homens lançavam-se às espadas para defender a honra de um único homem; em que homens defendiam suas casas nobiliárquicas com seu próprio sangue.
Mas de tempos em tempos a História mostra que os motivos que levam os homens à guerra podem mudar.
E é então que homens lançam-se em guerra contra seus soberanos; em que homens lançam-se em guerra em nome da liberdade; em que homens, travestidos de soldados, provam que o sangue azul da nobreza é tão vermelho quanto qualquer outro.
Outros homens então fazem guerra por causa da cor da pele de uma dada etnia; outros preferem escolher motivos ainda mais escusos, como uma pretensa “pureza” para declarar guerra às raças ditas “inferiores”.
A História humana foi escrita em guerras.
A História humana é a história de suas guerras.
Sob esse ponto de vista a leitura de “História das Guerras”, de Demetrio Magnoli, torna-se de suma importância: o autor contempla desde as Guerras do Peloponeso aos atuais conflitos no Oriente Médio, mostrando que quando os interesses humanos convergem sob um mesmo objeto, nações inteiras podem ser mobilizadas em nome de um único ideal.

D. Magnoli – História das Guerras


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Separatismo sulista: uma breve análise histórica e antropológica.



O movimento separatista O Sul é Meu País surgiu, oficialmente, no ano de 1992 durante o 2º Congresso Separatista ocorrido entre os dias 18 e 19 de julho, em Laguna, no estado de Santa Catarina, pelo político Adílcio Cadorin. [1] Segundo o site oficial do grupo, “somos apenas a continuação da História, [sendo que] sob várias denominações nosso grupo já existe há mais de duzentos anos”. [2]
A relação que o grupo faz com os antecedentes históricos da política brasileira concerne aos múltiplos eventos de cunho separatista ocorridos no Sul do Brasil durante o período imperial. Dentre estes eventos o grupo cita a Guerra dos Farrapos (1835-1845) e a República Juliana (1839) [3], sendo que enfatiza-se a permanência do sentimento essencialmente separatista de outrora nos dias atuais como forma de legado cultural [4]:


Por fatores semelhantes aos atuais, nossos ancestrais já empunharam a bandeira da Independência e da Autonomia. A República Juliana e a República Rio-Grandense são testemunhas seculares de que não estamos fazendo nada de novo, apenas dando vazão ao centenário ideal de autodeterminação que vem sendo cultivado pelo nosso povo. [...] outros movimentos políticos ocorridos nas diversas regiões que compõem os três Estados Sulistas, nos legam a consciência de que a falta de autonomia sempre foi objeto de insatisfação Sulina, seja plena ou parcial, motivo pelo qual entendemos que somos a continuação de uma história inacabada, que nos outorgou fortes exemplos de que somos herdeiros de uma personalidade aguerrida e que sabemos lutar para defender nossos ideais. [...] Somos um povo que tem seu passado escrito com o sangue e o trabalho de nossos ancestrais, e exatamente por termos consciência deste patrimônio histórico [...] queremos ser os responsáveis pelo nosso destino.


Dentre as causas que fundamentam o posicionamento do movimento, os membros se posicionam afirmando que “[...] porque nada mudou daquelas épocas até hoje, porque continuamos sendo espoliados cultural e economicamente, hoje, estamos aqui novamente [...]”. [5] Luvizotto [6] afirma que no plano econômico


[...] o discurso da emancipação enfatiza a importância da economia gaúcha, os investimentos de capital que os próprios gaúchos ali realizam, além dos excelentes indicadores sociais. Os separatistas apontam a drenagem de recursos que os demais estados brasileiros realizam no Rio Grande do Sul, apostando na emancipação como alterna­tiva para que os recursos regionais permaneçam no estado, favorecendo o crescimento da República Federal do Pampa. Procuram destacar que o novo país não dependeria em nada do Brasil, uma vez que os recursos locais seriam suficientes para a implantação de uma nova máquina administrativa.


Mas evocando os laços históricos que os ligam aos eventos separatistas ocorridos no Sul do Brasil, o movimento [7] acredita numa busca pela


[...] própria identidade, tanto como ser individual, quanto ser social e coletivo. É a busca, portanto, do “eu” nacional. Nesse sentido, muito antes de simples remarcação de fronteiras geográficas, está a busca das fronteiras do próprio eu. E dentro da concepção que a nacionalidade é fenômeno subjetivo, psicossociológico, esse mesmo povo tem uma nacionalidade específica, diferente dos outros povos dos “brasis”, apesar de constar uma errônea nacionalidade nas carteiras de identidade forjadas no ordenamento jurídico.


Segundo Luvizotto [8], para os separatistas essa identidade foi construída com base no modelo de colonização utilizada no Sul, bem como na própria resistência dos farrapos; destarte, a autora também enfatiza a forte concepção ideológica, por parte dos sulistas, de um estado do Rio Grande do Sul grande e poderoso. [9]
No entanto, embora o grupo ressalte o caráter histórico do sentimento nacionalista presente no Sul do país (ou seja, a permanência do sentimento regionalista presente em eventos como a Guerra dos Farrapos e a República Juliana), ressalta, igualmente, o atual caráter pacífico pregado pelo movimento – caracterizando uma clara ruptura com a belicosidade dos antecedentes históricos separatistas ocorridos no Sul do país durante o período imperial (uma vez que o grupo O Sul é Meu País defende formas pacíficas e democráticas de atingir a autodeterminação dos povos sulistas, descartando o conflito armado como opção). [10]

***

Conclui-se, através da análise realizada, que o movimento O Sul é Meu País claramente enaltece o sentimento separatista presente nos eventos históricos da Guerra dos Farrapos e da República Juliana, enfatizando a atualidade do sentimento e assim demonstrando, portanto, permanências históricas referentes à falta de autonomia e do reconhecimento da autodeterminação do povo Sul brasileiro. O grupo defende a existência de um povo com características próprias – tanto culturais quanto econômicas –, enfatizando o quanto o Sul do país é espoliado em nome de um país corrupto ao qual efetivamente não pertence.
Quanto às rupturas, torna-se claro que o movimento O Sul é Meu País refuta a belicosidade pregada outrora pelos movimentos separatistas do Sul (como no evento protagonizado pelos farrapos à frente de Giuseppe Garibaldi), enaltecendo, em contrapartida, que a busca pela autodeterminação dos povos dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná deverá ser feita de forma pacífica e dentro dos trâmites legais pregados pela Constituição de 1988, bem como pelas resoluções internacionais de autodeterminação promulgadas pelas Nações Unidas (Resolução nº 1514 [XV]).





[1] WIKIPÉDIA. O Sul é Meu País. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Sul_%C3%89_o_Meu_Pa%C3%ADs#Formas_de_atua.C3.A7.C3.A3o_e_propaganda>. Acesso em: 28 out. 2012.
[2] O SUL É O MEU PAÍS. Quem somos. Disponível em: <http://www.meuSul.net/beta/QuemSomos.html>. Acesso em: 28 out. 2012.
[3] Id.
[4] O SUL É O MEU PAÍS. Carta de Princípios. Disponível em: <http://www.meuSul.net/beta/Carta-Principios.html>. Acesso em: 28 out. 2012.
[5] O SUL É O MEU PAÍS. Quem somos. Disponível em: <http://www.meuSul.net/beta/QuemSomos.html>. Acesso em: 28 out. 2012.
[6] LUVIZOTTO, Caroline Kraus. Cultura gaúcha e separatismo no Rio Grande do Sul. São Paulo:
   Cultura Acadêmica, 2009. p. 45.
[7] O SUL É O MEU PAÍS. Manifesto libertário. Disponível em: <http://www.meuSul.net/beta/ManifestoLibertario.html>. Acesso em: 28 out. 2012.
[8] LUVIZOTTO, op. cit., 2009, p. 43.
[9] Id.
[10] O SUL É O MEU PAÍS. Manifesto libertário. Disponível em: <http://www.meuSul.net/beta/ManifestoLibertario.html>. Acesso em: 28 out. 2012.


C. K. Luvizotto - Cultura Gaúcha e Separatismo Sulista:


domingo, 21 de outubro de 2012

A Europa Medieval sob a ótica de Jacques Le Goff



Jacques Le Goff, sem sombra de dúvida, é uma das maiores autoridades quando o assunto é História Medieval: o historiador francês, além de possuir um currículo invejável, possui também uma vasta produção bibliográfica relacionada ao eixo ocidente-medievo.
O autor por vezes enaltece um caráter interdependente da religião e da política ocidental, evocando particularidades de um ocidente ainda fragmentário em busca da gênese da atual Europa: o diálogo impressionante feito sob a ótica de Le Goff, sem dúvidas, merece os aplausos de toda uma geração de historiadores que muito se beneficiaram das produções do mestre francês.
 “Raízes Medievais da Europa” e “O Apogeu da Cidade Medieval” são leituras fulcrais a um melhor entendimento da realidade vivida no referido período histórico no eixo ocidente-medievo.
Destarte, o autor do blog reserva-se ao direito de incluir também algumas extrações de fontes sobre Filosofia Medieval – a mero efeito complementar.
Aproveitem as leituras!


Jacques Le Goff – Raízes Medievais da Europa:


Jacques Le Goff – O Apogeu da Cidade Medieval:



Extrato de Fontes – História da Filosofia Medieval:


sábado, 20 de outubro de 2012

Mitologias: o pincel dos deuses nas mãos do homem



O homem nasce sem qualquer tipo de bagagem intelectual, e, portanto, em seus primeiros anos de vida absorve com maior facilidade milhares de informações e conceitos, criando em si o que podemos chamar de intelecto humano.
A sentença acima aborda, grossíssimo modo, sobre as concepções piagetianas do conhecimento, as quais são muito importantes na construção que será feita doravante.
A partir do momento em que aceitamos que o homem nasce sem uma bagagem intelectual, passamos a reconhecer o fato de que toda a construção humana é incutida na mente do indivíduo desde tenra idade, fazendo com que este se integre de forma efetiva ao coletivo, ou seja, à sociedade. Esta perpetuação das construções humanas (saberes) desde muito cedo esteve intimamente ligada à experiência religiosa – e aqui compete discutirmos especificamente sobre a experiência mitológica.
Já dizia Mircea Eliade que a primeira experiência própria que o homem tem com seu criador é ao contemplar a infinitude do céu.
Ora: quando o homem olha para uma montanha no horizonte, embora longínqua, ele sabe que se empregar todos os seus esforços pode subi-la; que ao olhar para uma ilha no além-mar, por mais difícil que seja, ele pode alcançá-la.
No entanto... quando este mesmo homem depara-se com o céu sob sua cabeça, ele sabe: jamais alcançá-lo-ei. O céu era o limite para este homem primitivo, que ainda não gozava dos privilégios de um foguete movido a hidrogênio.
Ao deparar-se com o céu o homem então percebe que existe algo maior do que ele próprio, e que este algo maior está além daquele céu. É a força que move o sol de todas as manhãs; a força que faz com que as estrelas brilhem à noite, e que transforma a lua em pequenas frações com o passar dos dias, só para trazê-la em todo o seu esplendor dias depois.
Cria-se, portanto, a concepção do deus criador – o deus primeiro: o grande arquiteto que está acima de tudo e todos.
Mas com o tempo este homem percebe que este deus é muito distante dele: é um deus tão excelso em sua essência que parece não estar presente na vida do homem. Portanto, o homem concebe um deus mais próximo a ele – um deus abaixo do arquiteto primeiro, mas que ainda assim é imensamente poderoso e, o mais importante: está mais próximo do homem.
Portanto, quando o homem depara-se com fenômenos aos quais percebe que não consegue explicar, igualmente idealiza um artífice divino que seja o responsável por tais fenômenos. E estes fenômenos podem ser divididos em dois subgrupos: os supernaturais exteriores e os naturais interiores.
Os supernaturais exteriores concernem àqueles fenômenos que existem mesmo sem a presença do homem: a chuva; o raio; o arco-íris; a neve; o nascer do sol; os eclipses, etc. Já os naturais interiores concernem aos fenômenos que só o homem pode perceber: nascimento e morte; o tempo; o bem e o mal (já polarizados mas externalizados nas ações humanas), etc.
O homem toma o pincel das mãos do grande artífice (o deus primeiro) e desenha, a seu modo, outros deuses que compartilhem de suas alegrias e angústias: deuses da sexualidade; deuses da guerra; deuses da vida e da morte; deuses da justiça; deuses da caça e da pesca; deuses da sabedoria; etc.
Muito das criações mitológicas foram registradas por suas respectivas culturas, e uma obra fantástica que certamente contempla uma grande parte delas é a de Thomas Bulfinch, estudioso que dedicou grande parte de sua vida aos estudos na área de mitologia.
O resultado vocês conferem em sua magna opus chamada “O Livro de Ouro da Mitologia”.


Thomas Bulfinch - O Livro de Ouro da Mitologia: 


domingo, 14 de outubro de 2012

Mitos de criação: os vikings.




Embora os vikings possuíssem um sistema de escrita (o rúnico), não produziram literatura escrita, mas sim uma vasta tradição oral.[1] As fontes escritas existentes sobre a mitologia nórdica referem-se às compilações feitas entre os séculos VIII e XIII, já sob influência cristã (uma vez que, ao colonizar a Islândia, os próprios islandeses incumbiram-se da tarefa de registrar os principais mitos e tradições).[2] No entanto, uma das fontes mais completas sobre a mitologia nórdica concerne ao trabalho do poeta e historiador islandês Snorri Sturluson, que compilara todos os mitos nórdicos de que tivera conhecimento em seu Edda em prosa[3]um manual de poesia escáldica em três partes cujo prefácio, o Gylfaginning, é uma introdução à panteologia nórdica.[4]
Sobre a tradição mitológica dos vikings, Wilkinson[5] afirma que:


Os grandes mitos nórdicos tratam dos grandes temas: a criação do cosmo, as batalhas e amores dos deuses e o fim do mundo. Os nórdicos imaginaram diversas raças de seres mitológicos – de gigantes a anões – que habitam mundos diferentes, paralelos ao nosso, o qual é conhecido como Midgard. A cultura das divindades é bélica e heroica, e o mundo mítico e real se encontram em Valhalla, o grande salão da divindade maior, Odin, onde as almas dos heróis humanos mortos recebem seu galardão celeste.


Gylfaginning apresenta a cosmogonia presente nos poemas do Edda (Vafthrúdhnismál Grimnismál e Voluspá)[6], contando como o mundo surgira a partir do vazio primordial – chamado Ginnungagap. Aos poucos então foram surgindo dois reinos nas extremidades desse vazio: Muspelheim, região do calor e do fogo localizada ao sul; e Niflheim, região do frio e do gelo, localizada ao norte.[7] Do encontro entre os ares de Muspelheim e Niflheim surge o primeiro ser, um gigante de gelo chamado Ymir, do qual surgiram outros gigantes e a vaca Audhumla.[8] Do leite de Audhumla os gigantes alimentaram-se, e com o tempo mais gigantes surgiram (como Buri, Bor, Bestla e Bolthorn), sendo que do relacionamento entre Bor e Bestla sugiram três filhos: Odin, Vili e Ve.[9]
O mito conta que os três irmãos mataram Ymir e construíram o mundo a partir do seu corpo – sendo que Midgard concernia à morada dos homens, e Asgard à morada dos deuses (com todos os mundos sendo sustentados pela árvore Yggdrassil, axis mundi).[10] O casal primordial fora criado por Odin, sendo Askr o primeiro homem e Embla a primeira mulher (sendo ambos criados a partir de árvores).[11]
Os deuses eram então divididos em diferentes classes: os Aesir (deuses celestes, representados por Odin, Vili e Ve) e os Vanir (divindades da Terra, representados por Njord e seus filhos Freyr e Freyja).[12]
A forma de adoração destes deuses em geral estava associada a sacrifícios rituais por enforcamento, além de saques e pilhagens durante a experiência religiosa do berserkr (furor assassino e de invulnerabilidade chamado de “pele de urso”)[13]; quanto ao culto destes deuses, sabe-se que Odin gozava de popularidade somente entre os jarls (nobreza nórdica), sendo que entre o estrato dos kalrs (homens livres) o deus mais popular era Thor.[14]
Acreditava-se que Odin vivia num salão ostentoso chamado Valhalla (ou “salão dos mortos em batalha”), no qual recebia as almas dos guerreiros nórdicos mortos em batalhas, recompensando-os com presentes e honrarias.[15] Era aqui também que os guerreiros banqueteavam-se com carne de javali e com o hidromel servido pelas valquírias, além de treinarem para o evento escatológico chamado Ragnarök.[16]
Segundo a escatologia nórdica o fim do mundo estava ligado às ações do deus metamorfo Loki (pertencente à categoria dos deuses trapaceiros)[17], que em uma de suas malfeitorias causara a morte do deus Balder, filho de Odin; destarte, somado a esse feito, a própria árvore Yggdrassil teria sua folhagem devorada pelos cervos Dáin, Dvalin, Dúneyr e Durathrór, com sua casca em processo acelerado de apodrecimento e a raiz sendo roída pela serpente Nidhogg.[18] Durante este processo, Loki – até então aprisionado desde a morte de Balder –, libertar-se-ia de seus tormentos e convocaria todas as forças contra os Aesir: junto de si traria seu filho Fenrir, um lobo gigante; a serpente Jörmungand; a deusa Hel, além dos gigantes do fogo e do gelo.[19]
Wilkinson [20] apresenta as consequências do embate final:


A luta será cruel e não haverá vencedores. Bem e mal serão destruídos. Por fim, só restará da população do universo uma enorme montanha de cadáveres. Os únicos sobreviventes serão o gigante do fogo Surt, além de um casal de humanos e uns poucos animais que tiverem conseguido se ocultar entre os galhos da árvore do mundo, Yggdrassil. Surt fará dos cadáveres uma grande fogueira para ter certeza de não haver sobreviventes entre eles, eliminando de vez do universo todos os monstros e espécies de demônios e elfos. O fogo destruidor seguirá queimando por anos a fio e a Terra afundará no mar.


Após a consumação do fim deste mundo, um novo mundo surgiria, no qual Balder seria o novo senhor de um universo sem a nódoa do mal.[21]


 REFERÊNCIAS

  
ELIADE, Mircea; COULIANO, Ioan Petru. Dicionário de religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
  
WILKINSON, Philip. Mitos & lendas: origens e significados. São Paulo: Martins Fontes, 2010.



[1] WILKINSON, Philip. Mitos & lendas: origens e significados. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p. 89.
[2] Id.
[3] Id.
[4] ELIADE, Mircea; COULIANO, Ioan Petru. Dicionário de religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 153
[5] WILKINSON, loc. cit.
[6] ELIADE, loc. cit.
[7] WILKINSON, Philip. Mitos & lendas: origens e significados. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p. 90.
[8] Id.
[9] Id.
[10] ELIADE, Mircea; COULIANO, Ioan Petru. Dicionário de religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 154.
[11] Id.
[12] WILKINSON, op. cit., 2010, p. 91.
[13] ELIADE, op. cit., 2003, p. 157.
[14] Id.
[15] WILKINSON, op. cit., 2010, p. 99.
[16] WILKINSON, Philip. Mitos & lendas: origens e significados. São Paulo: Martins Fontes, 2010. p. 99.
[17] ELIADE, Mircea; COULIANO, Ioan Petru. Dicionário de religiões. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 155.
[18] Ibid., 2003, p. 155-156.
[19] Id.
[20] WILKINSON, op. cit., 2010, p. 98.
[21] Ibid., 2010, p. 99.



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Entre o bem e o mal: a demonização do deus Seth



Os antigos egípcios alimentavam a crença de que o mundo era composto por diversos deuses (politeísmo), sendo que estes estavam intimamente relacionados com as mais diversas práticas sociais da cultura egípcia: logo, todas as estruturas sociais estavam amparadas num forte senso religioso, que inclusive embasava o comportamento e as leis no Antigo Egito.
Nas variedades dos mitos de criação egípcios, encontramos a distinção entre deuses de primeira, segunda e terceira ordem, ou seja: deuses primordiais (criadores do céu e da terra), deuses secundários (em geral associados às forças da natureza e seus elementos, ou mesmo aos astros) e deuses terciários – cujas funções variam entre auxiliar os homens e mesmo vigia-los para que estes não vão contra a vontade dos deuses (a lei pregada na Maat, por exemplo).
E é entre todos os mais de setecentos deuses egípcios até hoje conhecidos que encontramos a figura do deus Seth – que é aquele que possui, talvez, um dos históricos mais conturbados.
Desde seu surgimento até a sua integração ao mundo egípcio, Seth passa por posições inicialmente favoráveis até posições em que passa a ser concebido como o próprio receptáculo do mal – sendo o objetivo deste estudo demonstrar a evolução da personagem Seth na mitologia egípcia no decorrer da história deste povo.
Filho de Nut (deusa do céu) e Geb (deus da terra), conta-se que Seth (“Setekh”, “Setesh”, “Suty” ou também “Sutekh”) teria rasgado o ventre de sua própria mãe ao nascer – dando assim a tônica no tocante à sua personalidade, deveras, violenta. Adorado como o deus das tempestades, do deserto e dos estrangeiros, sabe-se que durante o processo de sua construção tornou-se também o deus da escuridão, do caos e da hostilidade.
Tendo seu culto concentrado na região do Alto Egito (especificamente em Naqada/Ombos), é de suma importância ressaltar que no período pré-dinástico Seth era tido como um deus essencialmente benévolo, pois segundo a crença primitiva ele auxiliava o deus Rá na luta contra a serpente Apófis. Destarte, os adeptos ao seu culto provinham dos mais altos estratos da sociedade egípcia, o que demonstra que o deus não possuía uma posição subalterna aos olhos da sociedade egípcia.
Com a evolução da personagem no panteão dos deuses egípcios, sabe-se que Seth passara a antagonista no relato religioso devido ao conflito de sucessão entre ele e Hórus. Antes, no entanto, compete descrever de forma breve o início deste conflito mitológico dentro do panteão dos deuses.
Sendo filhos de Nut e Geb, os deuses Osíris, Ísis, Néftis e Seth eram, portanto, irmãos. Quando do plano de Seth para dar cabo à vida de Osíris – visando ocupar a posição que pertencia ao irmão –, sabe-se que da consumação da morte de Osíris em diante Seth passa a carregar a imagem do “usurpador” ante os demais deuses. Com a morte do pai, Hórus – o herdeiro legítimo – reclama o trono que era seu por direito, mas encontra uma feroz resistência por parte de Seth, que passa a travar uma batalha sem precedentes contra seu sobrinho.
Quando Seth por fim consegue ser contido pelos demais deuses e julgado (segunda a tradição mais popular), Seth é condenado a carregar a barca do deus Rá em suas costas por toda a eternidade, para que o deus do Sol pudesse largar dos remos da barca e enfrentar a serpente Apófis.
E é a partir deste conflito que envolve traição (a conspiração contra o próprio irmão), vingança (o embate de Hórus contra o tio usurpador) e condenação que Seth passa a ter a sua imagem demonizada (lato sensu), tornando-se um deus essencialmente mal a partir do Terceiro Período Intermediário (1070-712 a.C.).
Sua própria representação artística reflete muito de sua essência caótica: Seth aparece na maioria das representações como um ser antropozoomorfo, misto de homem com animais como cachorro, crocodilo, porco, asno, escorpião, hipopótamo e mesmo o aardvark - este um animal que se distribui por todas as planícies e savanas do sul da África, sendo também conhecido como “porco-da-terra”. Quanto aos animais, devemos lembrar que o crocodilo, o escorpião e o hipopótamo eram animais muito temidos pelos egípcios – e ao ser associado a estes animais, o deus passava a representar uma divindade essencialmente caótica e perigosa.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sobre história cíclica e a fúria da cultura antropofágica



Antes de qualquer coisa, gostaria de pontuar que esta postagem concerne tão somente às minhas observações acerca dos rumos da nossa sociedade, bem como sobre a tão profana história cíclica: não é meu intento passar uma verdade por detrás de meus apontamentos, mas tão somente o meu ponto de vista.
Posto isto, gostaria primeiramente de ressaltar o caráter histórico de moralismo e ética: cometerei o pecado mortal do anacronismo em alguns momentos, mas como (não) diria Maquiavel "os fins justificam os meios".
Nos últimos tempos dediquei meu foco à análise do comportamento em sociedade nas grandes civilizações da história: Egito, Grécia, Roma, dentre uma miríade de outros gigantes que poderiam ser mencionados aqui. Mas no fundo todos sabem como funciona: inspirados ou não por um artífice divino, homens começam a codificar normas de conduta moral/ética, passando a atribuir um juízo de valor acerca de comportamentos tidos como virtuosos, bem como àqueles tidos como não virtuosos.
Polarizando o comportamento em sociedade como bom ou mau ["respeite os mais velhos" (virtuoso, ou bom), "não roube" (não virtuoso, e consequentemente mau)], o coletivo passa a ser dominado por estes códigos que são perpetuados pelo uso diário no todo social, incutidos desde a infância a passados de pai para filho (um fato social, como já diria o sociólogo Émile Durkheim).
No entanto... na história das grandes civilizações e nações, me parece que sempre que os bons costumes passam a denotar um grau de distinção social – enaltecendo figuras virtuosas como Péricles, o escriba Any, Luís XIV ou mesmo no caso dos puritanos do Mayflower –, progressivamente os bons costumes passam a cair em desuso; destarte, ainda segundo a minha análise, este fenômeno parece-me ser cíclico.
Regras implicam necessariamente em rigor, do contrário deixam de ser regras e passam a ser opções. Posto isto, analisemos o caso da moralidade aqui no Brasil: passamos por um período em que copiamos (ou pelo menos tentamos copiar) o modelo europeu, dando um "jeitinho brasileiro" de amanteigar certos costumes tidos como desnecessários ou excessivamente rígidos.
Avançando nos ponteiros do grande relógio, quando do golpe dos militares em 1964 que derrubou o presidente Jango, temos o início de um período em que há um excessivo rigor e vigilância quanto aos bons costumes, discernindo o que é lícito do que não o é. Se dita um padrão: um padrão de corte de cabelo; um padrão de moda; um padrão de linguagem; um padrão de ensino... Um padrão para tudo. É eclipsado o direito de livre-expressão do povo brasileiro, e os militares passam a interferir a qualquer sinal de sublevação do povo.
Novas gerações nascem, e as velhas morrem... e os costumes que foram passados de pai para filho começam a ser questionados. Por que este tipo de corte de cabelo é certo, e aquele é "errado"? Por que este estilo musical é lícito, em detrimento àquele?
O povo mobiliza-se, e aquela vigilância excessiva sobre os bons costumes começa a ser questionada.
O próprio culto à moralidade deixa de ser exercido em prol de uma onda pró-reformista, que somente pôde ser freada (mas não parada) pelo DOPS.
Feita esta micro e simplória análise, trago o referido tema para os dias atuais e, como se num caleidoscópio, veremos o mesmo efeito cíclico sob diferentes perspectivas.

Moda – Religiosidade – Educação

O que é a moda? Os marxistas mais xiitas já teriam um discurso pronto na ponta da língua, mas vamos tentar desenvolver o conceito aqui, de forma mais empírica.
Sujeitos tidos como importantes dentro da sociedade começam a vestir-se de uma determinada maneira: de repente uma fita sobre os cabelos, ou mesmo certos tipos de corte de cabelo começam a ser utilizados por membros desta “alta sociedade”, e logo estes elementos que outrora os distinguiam das demais classes (olha o marxismo aqui de novo...) passam a denotar uma oportunidade de “ascensão horizontal”. E o que seria isso? Ora, vejamos o caso mais trivial possível: peguemos a dona Maria para exemplificar o caso. Dona Maria é uma pacata moradora dos subúrbios de São Paulo, é diarista e tem dois filhos – Lucas de nove anos, e Yasmin de 16. Dona Maria é viúva. Imaginemos que neste momento ela está em casa assistindo sua novela das oito: dona Maria trabalha o dia todo, e o único momento em que ela pode desanuviar a cabeça de seus problemas cotidianos é durante a exibição de sua telenovela favorita. De repente é introduzida uma personagem nova à trama chamada Cacau [aliás, incrível a capacidade que nossos roteiristas brazucas tem de dar nomes ABSOLUTAMENTE inverossímeis às personagens: dona Blamônia, Nenéca, Jangão capixaba, Kleitinho Maxell (porque não basta pôr no diminutivo, tem que pôr com “K” também que é para ficar mais chique!); mas este é um assunto a ser abordado numa próxima postagem, por isso voltemos ao tema em questão].
Pois bem, Cacau – a nova personagem – é interpretada pela famosa atriz Jaqueline Rodriguez, que está “bombando” nas telinhas por sua beleza física, carisma, história de vida emocionante e o mesmo lenga-lenga de sempre. Mas o que a nossa pacata dona Maria tem em comum com Cacau? Bem, até ontem nada, mas daqui a duas semanas o cabelo de Cacau será imitado por dona Maria e por outras 200.000 mulheres sem opinião própria que assistem à mesma telenovela. E é aí que temos a tal ascensão horizontal de que falei: não conseguindo ascender à classe dos que ditam a moda (ou seja, sem opção de uma ascensão vertical), as donas Marias da vida espelham seus visuais segundo as pessoas que são consideradas importantes no todo social - ou, no nosso caso, Jaqueline Rodriguez. Ora: a ascensão horizontal compete à tentativa (medíocre) de tentar ser "o melhor" dentro do que há de pior, ou seja: se você é pobre, seja um pobre bem-educado (tentando a ascensão vertical à classe dos ricos); se você é tímido, seja um tímido inteligente (tentando a ascensão vertical à classe dos "descolados"); se você é feio, seja um feio vaidoso (tentando a ascensão vertical à classe dos "belos").
Mas não obstante a plagiar o visual de Cacau, as “noveletes” (terei eu cunhado um novo termo?) ainda irão pautar seu vocabulário pelo da personagem, com aqueles bordões tipo “comigo é assim: bobeou, rodou”, ou ainda “homem comigo é na coleira, nega!”.
Logo, Jaqueline Rodriguez, a atriz, terá ajudado a promover um novo ditame na moda que será tomado durante toda a exibição da novela como indispensável por todos os brasileiros.
(O quê? Vai dizer não é semelhante ao que acontece com um famoso jogador de futebol atual Neymar?)
Logo, temos um padrão de moda. Não quer seguir? Tudo bem, a escolha é sua. Só tenho uma coisa a dizer, caro (a): o sistema está se lixando para a sua opinião, pois você é uma exceção em meio à regra.
Mudando de água para vinho, e o que dizer quanto à religiosidade?
Muitos de nós somos doutrinados ainda quando crianças – época em que geralmente estamos mais propícios a engolir contos de fadas repletos de simbolismos e alegorias –, e por justo motivo ainda indefesos contra os ditames do sistema.
Vivemos numa sociedade majoritariamente deísta na qual qualquer forma de resistência é vista como afronta: portanto, não é de se admirar que o ateísmo ainda seja visto como forma de resistência à religiosidade, e não como uma filosofia de vida (favor não confundir ateísmo com agnosticismo, que são coisas completamente diferentes).
Além disso, ainda temos as ondas de religiosos superficiais – aqueles que acabam aderindo a uma determinada religião buscando inserção num grupo no qual supostamente sentir-se-ão acolhidos. Ledo engano.
No entanto, o foco da questão continua sendo o fenômeno cíclico.
Peguemos o caso da nossa pacata dona Maria e de Belquior. Dona Maria é uma católica não praticante que vai à missa apenas nos domingos e de malgrado, pois certamente preferia ficar dormindo até tarde para descansar de toda uma semana de trabalho; já Belquior é ateísta declarado.
O que ambos têm em comum? Bem, dona Maria, embora professe a religião católica, não a exerce devido à ausência de motivação para tanto; já Belquior, outrora católico quando na infância, hoje é um ateísta declarado por não acreditar em práticas tidas como “ultrapassadas e primitivas” de culto a uma entidade “fictícia e pouco provável”.
Dona Maria está a um passo do ateísmo e não sabe.
Assim como os egípcios passaram por um período de decadência religiosa, assim também o fizeram os gregos, os romanos, assim como a própria cristandade no período pré-reformista. Primeiro a decadência, e logo após a ascensão de um novo modelo.
Se fôssemos esquematizar o pensamento, seria provavelmente da seguinte forma:

Estado de não consciência → estado de consciência primitiva → pensamento totêmico/politeísta → pensamento monoteísta (dualista ou não) → ateísmo (ou seja, o homem como efeito e fim último de sua própria existência)

Vivemos em um tempo em que não há uma motivação para o pensamento religioso, típico dos períodos de decadência. É o fenômeno cíclico atuando, passando a coroa das mãos da religião para a ciência.
Para findar minhas observações, suscito agora a discussão acerca de educação.
A educação sempre fora valorizada em todos os tipos de sociedade, podendo ou não ser utilizada como forma de distinção social (escribas no Antigo Egito; clero e nobreza na Idade Média/Moderna). A perpetuação de certos conhecimentos, ocorrendo de forma pública ou tão somente no seio familiar, é um meio confesso de o homem eternizar-se.
Valorizado ao ponto de ser dividido em graus de aquisição (Academia de Platão; Liceu de Aristóteles), o conhecimento passa a ser concentrado mais recentemente nas grandes Universidades – que tiveram expoentes como Coimbra e Sorbonne.
Uma era dedicada ao culto do conhecimento.
No entanto, ao olhar para os tempos atuais sob a ótica de um educador, penso que há um movimento retrógrado entrando em curso. Ora: uma vez que a informação hoje está disponível a quem quiser acessá-la, parece-me que há uma resistência em transformar informações em conhecimentos; destarte, o homem em si parece dedicar-se com maior ênfase em aspectos triviais de sua existência – como seguir a moda, obter sucesso financeiro e manter um relacionamento sexual.
Não há mais espaço para a educação e o conhecimento.
Não há mais espaço para o progresso.
Penso que, seguindo os traços de uma história cíclica, tendo em vista que hoje estamos numa era de decadência (com horrores como a banalização do sexo por meio da pornografia e prostituição, além de psicopatias jamais vistas antes), a humanidade está à beira de um enorme abismo: o abismo da barbárie.
Parem e pensem: estupros tornaram-se “comuns”; assassinatos abundam pelos motivos mais triviais; o territorialismo retorna com força nas relações pessoais (“esta grama é minha!”); o sexo torna-se objeto de desejo irrefreável – gerando abominações como a pedofilia...
Parem e pensem...
Será mesmo que a história cíclica é assim tão descartável quanto pensamos...?

PS: Dedico esta postagem ao meu grande irmão Lou, com o qual tive discussões acirradas acerca do tema.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Microhistória em um simpático churras com Mennochio




Para entendermos as exceções, precisamos entender as regras.
Carlos Ginzburg em “O queijo e os vermes” relata o peculiar caso de Mennochio, um moleiro nascido no século XVI na vila de Montereale, na Itália.
Mennochio é um dos casos que fogem à regra, beirando quase o absurdo.
Devido a seu modo de pensar um tanto quanto peculiar à época, o moleiro fora pego pela Inquisição, torturado e por fim queimado. Mas não sem motivo. Sua filosofia de vida aparentemente “hippie”, beirando o "paz e amor" diferiam (e muito) da ortodoxia clássica da Santa Madre Igreja.
A princípio tido como mais um herege, os inquisidores buscaram de todas as formas associar o pensamento “mennochiano” a qualquer outro tipo de vertente herética vigente à época. Mas em vão.
Simpático às práticas reformadas? Maluco? Um homem à frente de seu tempo? Descubra quem fora Mennochio e qual a sua importância para a vertente da microhistória nesta atraente obra de Carlos Ginzburg.
Tenham excelentes leituras!

Carlos Ginzburg – O Queijo e os Vermes:


domingo, 26 de agosto de 2012

Dicionário Medieval



O medievo por vezes pode ser um mundo um tanto quanto ingrato.
Datas...
Nomes...
Eventos e desdobramentos...
O período que compreende do século V ao XV não pode ser visto como uma massa uniforme, e daí as grandes dificuldades que os historiadores encontram ao analisar o referido período histórico.
E se acrescentarmos à lista acima o vasto mundo que permeava o imaginário do homem medieval...

BOOOOOOM!

É confusão na certa!
Visando facilitar as (muitas) leituras sobre a Idade Média (pois, acreditem, estou com uma quantidade inacreditável de material para postar no blog sobre o tema!), coloco à disposição de vocês o incrível Dicionário da Idade Média, de Henry R. Loyn. O guia é muito prático e de leitura instigante, e facilita mesmo no entendimento de muitos aspectos do referido período.
O que seria a Ordem de Calatrava? Qual a finalidade dos livros de horas? Quais as principais resoluções do Tratado de Verdun?
Saiba isso e muito mais na leitura desta preciosa obra!
Um abraço!

Dicionário da Idade Média – Henry R. Loyn: